domingo, 24 de abril de 2011

Ilsinho neles! São Paulo vence a Portuguesa e vai à semifinal

São Paulo x Portuguesa (Foto: Miguel Schincariol) 
Ilsinho foi o coelhinho da Páscoa tricolor: um gol e uma assistência (Foto: Miguel Schincariol)
Felipe Castro
A torcida são-paulina ganhou um presente, mas Rogério Ceni, Ilsinho e Dagoberto evitaram o que seria um chocolate "amargo" em pleno domingo de Páscoa. Com gols de Ilsinho e Dagoberto, no fim de jogo, e ótima atuação de Rogério embaixo das traves, o São Paulo ganhou o clássico contra a Portuguesa por 2 a 0, na Arena Barueri, e se classificou às semifinais do Campeonato Paulista.  Agora, a equipe enfrenta o Santos, no Morumbi, no próximo sábado.
No jogo deste domingo, o time do técnico Paulo César Carpegiani mostrou oportunismo e um jogo envolvente pelos lados do campo, especialmente através de Ilsinho, Marlos e Dagoberto. Na segunda etapa, os times deixaram o futebol de lado e os dois treinadores, Carpegiani e Jorginho, travaram um verdadeiro duelo de xadrez. Quando a Portuguesa melhorou em campo e esboçou o empate, Rogério Ceni salvou o Tricolor por duas vezes. No fim, Ilsinho, mais uma vez, foi decisivo e deu o passe para Dagoberto dar números finais à partida.
O CLÁSSICO
O São Paulo entrou em campo com um desfalque de última hora: Lucas, que sentiu a coxa direita em treinamento no sábado e não se recuperou a tempo, deu lugar a Marlos no meio-campo tricolor, abrindo ainda uma vaga para Ilsinho nos onze iniciais. Rodrigo Souto era a outra novidade, substituindo Alex Silva, com inchaço no joelho direito.
Pelo lado da Portuguesa, o terceiro cartão amarelo do lateral-esquerdo Marcelo Cordeiro obrigou o técnico Jorginho a improvisar o volante Ademir Sopa na posição. O ânimo nos lados do clube do Canindé era grande, afinal, a última vez que a Lusa chegara às semifinais de um Paulistão fora em 1998, quando perdeu para o Corinthians em arbitragem polêmica do argentino Javier Castrilli.
Carpegiani foi ousado nas substituições durante o jogo (Foto: Miguel Schincariol)
Com um volante de ofício em uma lateral e o aplicado Marcos Pimentel na outra, a Portuguesa começou a partida fechada pelas laterais, sem dar espaço ao Tricolor. Nem mesmo as infiltrações pelo meio, com Juan, Marlos e Dagoberto, surtiam efeito. Durante os primeiros 20 minutos de jogo, o paredão rubroverde pareceu intransponível e a Lusa aproveitou para se lançar ao ataque, tentando algumas investidas, sem sucesso. 
Só que era a hora do Tricolor se reorganizar em campo. Marlos e Ilsinho trocavam de posições e Miranda, de cabeça aos 24 minutos, triscou a trave de Weverton.
Quando Carpegiani tirou Rodrigo Souto, machucado, para promover a entrada de Henrique, a defesa rubroverde simplesmente ruiu. O São Paulo passou a frequentar o campo de ataque mais à vontade. Juan, aos 27, cruzou por baixo e Dagoberto se antecipou à zaga tocando com perigo. Parecia questão de tempo até o primeiro gol da partida, muito mais afeito ao Tricolor do que à Portuguesa.
Mais solto e envolvente pelo meio e pelos flancos, o São Paulo acabou marcando de cabeça, e quem marcou foi um jogador que não costuma ser bom pelo alto. Ilsinho, aos 40 minutos da primeira etapa, aproveitou cruzamento de Jean e testou para o fundo das redes de Weverto.
À Portuguesa, que até ensaiou um bom começo de partida e depois cedeu ao ímpeto do rival, sobraram arremates de longe. Guilherme e Ferdinando, a dupla de volantes rubroverde, arriscaram de fora da área e assustaram Rogério Ceni, no que parecia a única chance da Portuguesa quebrar o gelo são-paulino.
JOGO DE XADREZ E DE NERVOS
Na segunda etapa, as equipes não mostraram inspiração e poucas eram as chances de gol. Em compensação, os técnicos travaram um duelo à parte.
Jorginho viu na entrada do atacante Rafael Silva no lugar de Marco Antônio uma oportunidade para alavancar o ataque rubroverde. Diante da ofensiva adversária, Carpegiani moveu suas peças e tratou de promover a substituição de Marlos para Luiz Eduardo, zagueiro revelado na base tricolor, entrar e proteger a defesa.
O movimento do técnico tricolor "anulou" a ofensiva de Jorginho no tabuleiro de Barueri: a trinca de atacantes lusos foi facilmente marcada pelo novo trio de zagueiros são-paulinos.
No entanto, o técnico da Portuguesa colocou o "peão" Ananias, que fora o "rei" do jogo contra o São Bernardo na primeira fase, no lugar de Henrique. A mudança não surtiu o efeito desejado, e as equipes continuaram cozinhando a partida. O São Paulo, satisfeito, tocava a bola; a Lusa, sem conseguir decifrar a tática adversária, não tinha profundidade.
Para ultrapassar o inteligente jogo tricolor, Jorginho viu a Portuguesa apostar nas jogadas pelo alto. Jael aos 24, e Luís Ricardo, exigindo defesa incrível de Rogério Ceni aos 28, arrancaram suspiros da torcida lusitana. 
Rogério, heróico, ainda evitou o que seria o gol de empate em arremate de Ferdinando, aos 32. A torcida da Portuguesa esfregava as mãos e torcia pelo gol de empate, que parecia maduro àquela altura da partida.
Mas Ilsinho neles! O camisa 77 e Dagoberto asseguraram a classificação são-paulina no fim. Faltando 10 minutos para o fim da etapa regulamentar, Ilsinho recebeu na área e tocou para Dagol, que só teve o trabalho de acertar o lado oposto de Weverton e marcar.
O gol assegurou o presente de Páscoa do são-paulino e a classificação do Tricolor às semifinais do Campeonato Paulista. Neymar, Ganso e cia aguardam o São Paulo no próximo sábado. A partida será realizada no Morumbi.

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