sábado, 30 de abril de 2011

Palmeiras x Corinthians: 'Traições' esquecidas

Fabbi e Bianco entraram para a história do clássico paulista como os primeiros vira-casacas

Fabbi, à esquerda, e Bianco, à direita, os precursores

Autor do primeiro gol da História do Corinthians, no duelo com o Estrela Polar, em 14 de setembro de 1910, Luiz Fabbi Filho tinha tudo para se tornar o primeiro grande ídolo corintiano. Tinha. Mas o motivo da "ingratidão" ele somente entenderia décadas depois.
Em 1915, revoltado por ter perdido lugar entre os titulares para o filho de um diretor, que doou dinheiro ao clube, Fabbi foi para Palestra Itália, onde jogava seu irmão Maturo Fabbi. Naquela época, uma simples mudança. Hoje, forte traição por conta da rivalidade alimentada ano a ano. E tudo isso para realizar apenas um jogo pelo novo time.
Mas Fabbi não foi o primeiro vira-casaca da história de Corinthians e Palestra Itália, que passou a se chamar Sociedade Esportiva Palmeiras em 1942. Já imaginou cinco corintianos defendendo as cores alviverdes? Pois bem, foi o que aconteceu na primeira partida do Palestra Itália, em 24 de janeiro de 1915, realizada em Sorocaba.
Diante do Savóia, pela Taça Savóia, o Palestra Itália, que havia feito um grande apelo por meio do jornal “Fanfulla” para conseguir formar um time de futebol que consagrasse a colônia italiana, escalou Fúlvio, Police, Bianco, Américo Fiaschi e Amílcar Barbuy, que eram jogadores do Corinthians.
Naquela época, por se tratar de um clube varzeano, o Palestra podia escalar jogadores de outros times. E a estratégia surtiu efeito de imediato. Com gols de Bianco e Alegretti, ambos de pênalti, o Alviverde venceu por 2 a 0.
Com a maior estruturação do Palestra Itália em 1916, os cinco corintianos se viram em uma encruzilhada: Qual time escolher? Apenas Bianco, que já havia conquistado o título paulista de 1914 pelo Corinthians, aceitou o desafio de seguir no Palestra. Centro-médio (hoje, volante) no início da carreira, ele virou zagueiro durante a nova empreitada. Nos 14 anos seguintes, três títulos estaduais, braçadeira de capitão e unanimidade entre os torcedores.
Fim de história? Que nada. Em meados de 1926, aos 34 anos, o defensor voltou a vestir a camisa alvinegra em um amistoso contra a Seleção da Apea. Na ocasião, o Corinthians foi goleado por 8 a 4. É, Bianco já não era mais o mesmo...
Principais Vira-Casacas
Cláudio
Palmeiras (1942)
Corinthians (1945 a 1957)
César Maluco
Palmeiras (1967 a 1974)
Corinthians (1975)
Leão
Palmeiras (1969 a 1978 e 1984 a 1986)
Corinthians (1983)
Viola
Corinthians (1988 a 1995)
Palmeiras (1996 a 1998)
Neto
Palmeiras (1989)
Corinthians (1989 a 1993 e 1996 a 1997)
Rivaldo
Corinthians (1993 e 1994)
Palmeiras (1994 a 1996)
Antônio Carlos
Palmeiras (1993 a 1995)
Corinthians (1997)
Rincón
Palmeiras (1994 e 1996 a 1997)
Corinthians (1997 a 2000 e 2004)
Edílson
Palmeiras (1993 a 1994 e 1995)
Corinthians (1997 a 2000)
Luizão
Palmeiras (1996 e 1997)
Corinthians (1999 a 2002)
Gamarra
Corinthians (1998 e 1999)
Palmeiras (2005 e 2006)
Paulo Nunes
Palmeiras (1998 e 1999)
Corinthians (2001)

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